sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sobre os primeiros erros



Revirando um passado, até então encaixotado, encontrei rabiscos feitos num caderno qualquer – capa velha e um sentimento, ainda comum nos dias atuais. As folhas, amareladas com o tempo, mostravam as anotações confusas, feitas pela menina que queria ser escritora, poetisa, amada, amante...

Em versos sem ritmo, entreguei meu coração a você, é, você mesmo. Pois é, eu também me questiono o porquê disso.  Escrevia, de forma confusa, amadora e iniciante, sobre você. Foi assim que aprendi a lidar com o que me enfraquecia, o fiz, mas não deveria.

Mesmo que com erros ortográficos, sem coesão ou coerência, aquelas palavras eram verdadeiras, traduziam o que eu sentia. Para os convencionais seria, certamente, uma bagunça total, o reflexo da desordem, deve ser a tal geração Y. Já para os contemporâneos, arte moderna, o caos em entrelinhas, um coração partido, lindo. Mas para mim, era apenas o resultado de uma equação a qual não cabia solução, nós.

Você não merecia. Não merecia saber a forma como eu pensava em você, e, é por isso que guardei tudo isso, até hoje.

Desculpa. Estou agora, jogando essa parte da minha história, que você, erroneamente, protagonizou, no lixo. Faço isso com o coração partido, não sei se lembra, mas eu sou uma eterna apaixonada por história, e me dói saber: vivi um capitulo inútil. Nada se altera com a falta dessas páginas velhas, então, esse é o nosso fim.

De qualquer forma te devo agradecimentos, mesmo sem ter a menor ideia, tu me ajudou. Foi o tema das primeiras linhas, e o que dizer sobre os primeiros erros? Eles ensinam. Então, temos que concordar, você foi um ótimo professor.

2 comentários:

  1. Que texto! Você escreve bem demais. Até salvei o blog nos favoritos ♥

    http://novavelhahistoria.blogspot.com.br

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