sábado, 21 de junho de 2014

Retranca



Sabe o que é, eu coloquei meu time na retranca, passei a defender meu pobre coração dos possíveis amores. Eu não sei viver contos de fadas, tão pouco os amores de corredor. Não aprendi a ser “casual” quando tratamos de assuntos a dois. Então, para não me ferir, recuei e fiquei ali, só defendendo os ataques que podiam surgir pelo caminho.

A tática pode parecer podre, de psicologicamente derrotados ou fracos, é, deve ser mesmo. Sempre que assisto futebol fico possessa com a falta de bola na trave e aqueles “Uuuuuh” que vem do pulmão, quase um choro, quase um gol... e era assim que eu estava levando a minha vida, como a seleção-de-fulano-de-tal, principiante nesse negócio de Copa do Mundo, jogando com um monstro que coleciona títulos e é favorito.

Acontece que você chegou e bagunçou a minha tática, o pivô ficou confuso, perdeu o compasso e passou a bola, fez a defesa se desarmar e você atacou. Eu estava desprevenida, sem chance de agir, contra-atacar ou fugir, fui vitima. Vitima do seu sorriso de canto de boca, seu olhar doce e lábios macios, fui vitima da trilha sonora que me apresentou, dos livros e da sua forma errada, porém engraçadinha, de escrever. Vitima.

O então campeão tornou-se time de várzea. E, tenho que confessar, gostei de sair da grande aérea e conhecer o campo. Gostei do frio na barriga, das faltas, dos erros e dos cartões amarelos e vermelhos. A penalidade máxima, ao seu lado, é como um presente. Nesse jogo não há impedimento, e o nosso tiro de meta é o amor, ao qual eu jurava, não voltaria a sofrer. 

2 comentários:

  1. Que interessante a metáfora que você construiu com o futebol, muito inventiva :-)

    http://omundoemcenas.blogspot.com.br/

    Beijos

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