domingo, 15 de junho de 2014

Faz-de-conta que é amor



Me disseram, dia qualquer, que o amor verdadeiro não existe. É, tenho que dizer, das últimas paixões levei a lição: eles estavam certos. Todos temos interesses, é a tal ambição que nos dita o ritmo dos passos na estação do trem, a intensidade dos estudos e a veracidade do amor.

Eu poderia contar que amei, não estaria mentindo, foi bonito, poético e até musical. Rendeu belos textos e momentos inesquecíveis, mas, apesar de tudo isso, não foi de verdade. Não, não estou dizendo que atuamos em todos os momentos. Achávamos que era pra valer, até o instante em que a estrada se dividiu, e nós, que éramos como um só, seguimos por caminhos diferentes.

O amor não é verdadeiro por que somos sonhadores, curiosos e, acima de tudo, teimosos. Não é verdadeiro porque a verdade não é, pra toda situação cabem dois pontos de vista, uma verdade que desmascara a outra.

Mas tudo bem, sempre gostei de fabulas, bonecas falantes e um de mentira em meio a minha verdade. Sempre gostei do faz-de-conta e de usar a minha imaginação pra deixar o monocromático da vida real com mais cores.

Tudo bem a gente se amar, mesmo que não seja tão verdade, mesmo que na próxima semana os planos mudem, você se vá e eu, fique aqui, esperando outro era uma vez, por que fora da historinha eram duas, três... Me ama agora, de mentirinha mesmo. A gente deixa o seu ir de encontro com o meu amor. Vai vivendo, até a próxima virgula, paragrafo ou esquina. Tanto faz. Eu te amo, mesmo que o amor não exista. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário